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furnas

sonhos amanheceram no interior de minas gerais.a cidadela agonizava em roncos de máquinas. algo maior estava para acontecer.

olhos entreabertos, cabeça no lugar. no coração. ventos traziam o chamado do concreto e da natureza. do antigo e do novo, ambos reutilizáveis. recicláveis a ponto de transparecer esperança.

todo clímax é hostil. a represa inundou novas formas de vida. tudo que um dia foi vivo estava ali, observando. me observando.

a tempestade elétrica se fundiu com a noite. pirotecnia nas nuvens. nos encharcados sentimentos. fazendo do medo, paz. redenção.

só de abrir a boca a ambição comeu terra. o caminho é rico, mesmo sem moedas nos bolsos. nele tem eu e você. tem películas analógicas e balões vermelhos.

como aquele seu sorriso, a redenção está na pureza. e assim o curso do rio desviado aprofundou-se nos lençóis do coração de um menino-combatente: 

liberdade há de ser maior.