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argamassa

agora
escrevo monólogos
versificados

foi o que sobrou
na minha caixa

uma espessa camada
estéril
de criatividade

azul e fúria

da janela vi a noite despencar

fragmentos de universo

blocos de concreto

trechos incompletos

caíram sob o teto da nossa compreensão

essa bagunça!

forrem o chão com o infame. comecem com os jornais de ontem

deem-me tempo. morfina na veia

que amanhã o céu amanhece assim:

"tinta fresca"