Acordou no meio da madrugada.
Sua irmã na cama de cima.
Continuou deitada.
Olhando pra cima, com o escuro sem deixar ver nada.
Não via teto, não via paredes, não via nada.
Só conseguia ver que na verdade não via absolutamente nada.
Via, e ouvia, a música.
Não via teto, não via paredes, não via nada.
Só conseguia ver que na verdade não via absolutamente nada.
Via, e ouvia, a música.
Bem nítida, ressoando na cabeça.
Resolveu levantar.
O silêncio era quebrado pela frequência mansa do ventilador e, é claro, pela re-batucada da música, que não saía da cabeça - e se misturava à melodia do ventilador.
Atravessou o quarto e abriu a porta sanfonada
O silêncio era quebrado pela frequência mansa do ventilador e, é claro, pela re-batucada da música, que não saía da cabeça - e se misturava à melodia do ventilador.
Atravessou o quarto e abriu a porta sanfonada
Passou pela saleta que liga os quarto à cozinha e, quando finalmente acendeu a luz, lá estava ele:
Com um banjo, a barba safada e cordões de ouro pendurados no pescoço.
"Isso não é possível", ela pensou... era Arlindo Cruz.
Sentadinho na cadeira, olhando para ela com aquele sorriso de pagodeiro,
Com um banjo, a barba safada e cordões de ouro pendurados no pescoço.
"Isso não é possível", ela pensou... era Arlindo Cruz.
Sentadinho na cadeira, olhando para ela com aquele sorriso de pagodeiro,
E puxando um
"Globo Repórter é B-B-Beleza/ e pra ser Mais Você é muita Malhação/ 2010 é com a bola nos pés e o controle na mão/ Não é mole não, meu irmão, não é mole não/ O povo escolheu a Globo/ isso é globalização (...)".
Inacreditável.