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​pseudo-whatever

O limite do pedantismo é como a zona de conforto num lápis. Não adianta apontar (e aprimorar) tanto, se no fim o desconforto de escrever com um cotoco vai ser maior que os benefícios e ​recurso​s​ da ponta fina. ​E ​a perfeição que ​fique na ambição do diabo​! O bonito da vida é justamente a escrita errante, a ponta quebrada e o conhecimento incompleto​. Ainda assim, uma pessoa com capital cultural infinito é sempre(?) notável. O problema é quando isso se torna uma constante auto-masturbação elementar dentro de um ciclo social. Ou quando o consumo desses signos cultuados pela intelligentsia juvenil carioca se torna uma necessidade para a obtenção de aceitação e veneração num grupo. Ah, ele é hipster​. Pseudo-cult​​, pseudo-erudito. Ele é pseudo-whatever, não importa. É um imbecil. Enquanto o conhecimento for consumido sem ser mastigado e vomitado para fora no intuito de deixar pessoas boquiabertas, a digressão essencial não será feita. E o eu foda que você acredita estar construindo será patético. / Pelo menos pra mim, que não fico mais impressionado com a retórica da zona sul. / Eu não espero uma juventude cheia de referências na literatura, rock e política. Eu espero uma juventude que pegue todas essas citações acumuladas e transcenda, que absorva-as para fazer as próprias. Nosso mundo não precisa de reprodutores de conteúdo. Precisa de desencadeadores de novas narrativas.

Há quem seja refém da própria competência. Mas somos iguais até nos mais complexos desencontros. Reflitamos.

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