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leite derramado

Outro dia paguei a conta de um cara no supermercado. Deu doze reais. Ele levou três unidades de leite em pó, uma delas para crianças menores de três anos. Hoje, um garoto me pediu dinheiro na rua. "Qualquer moeda", ele disse. Queria centavos. Eu tinha dois e setenta e cinco no bolso, tudo em moedas. Não dei nenhuma. Não sabia se era para leite. O cara do supermercado, antes de qualquer coisa, queria que eu passasse seis unidades de leite em pó, duas delas para crianças com menos de três anos. A conta daria quase vinte e quatro reais. Eu devia ter uns setecentos na conta corrente. E uma quantia bem maior na conta poupança. Me recusei, paguei a metade. Doze. Doze. Uma das unidades, que era para crianças menores de três anos, ficou nas prateleiras. Nesse mesmo dia fui a uma festa em Botafogo. A comanda deu cinquenta e seis reais. Foram cervejas. Ele queria leite. O menino da rua, centavos. Mas eu não dei. Nesse dia da festa o posto de gasolina me custou vinte e oito reais. Sobrariam moedas. Pagaria o leite. Mas era GNV.

Eu sou um merda.

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