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meio amargo

deitou-se ao meu lado. lá longe, de casa. olhou-me nos olhos. lá longe, instintiva. sorriu-me tímida no silêncio. lá longe, enquanto eu provava do mais legítimo placebo. uma insípida e volumosa pedra de gelo. coloquei-a na boca imaginando uma trufa. enganei os sentidos. toquei nela, na tela. lembrei o gosto do chocolate. senti seu aroma. quando devolvi o sorriso, também tímido, de canto, ambos rimos juntos. e assim a pedra de gelo derreteu em minha boca até o amanhecer. estava deliciosa.

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